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Revolução Francesa de 1789
Revolução Francesa de 1789

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Napoleão


(Foto 5/5)

Revolução Francesa de 1789


Por uma característica especial - a vocação universal - a Revolução Francesa de 1789 é a mais importante de todas as revoluções ocorridas no mundo. Ela marcou uma data histórica para o mundo: a Idade Contemporânea. Quem passar a vista , mesmo de leve, pelos acontecimentos revolucionários mundias defronta-se-á com os seguintes fatos:


1 - A Revolução Gloriosa, 1688, na Inglaterra, apenas permitiu que a burguesia participasse do poder, acordo feito entre ela e o Rei Guilherme D'Orange, que voltou do exílio acompanhado por John Lock, teórico da burguesia inglesa. Ela permitiu o início da era industrial, que antecedeu à própria Revolução Francesa, mas manteve a monarquia inglesa.


2 - A Revolução Americana, na verdade um Guerra de Independência, apenas libertou os Estados Unidos do jugo do Império Britânico, que permaneceu intacto.


3 - A Revolução Russa, fevereiro de 1917, manteve a monarquia russa. Somente em outubro, com a Revolução Soviética, é que encerrou o curso da monarquia. Entretanto, manteve, nas razões ideológicas de Estado, o espírito czarista do expansionismo territorial, embora haja torcido as razões ideológicas ao levar a Velha Rússia para o marxismo-leninismo, negando-lhe uma oportunidade capitalista, retomada ultimamente a partir de Gorbachev.


4 - No Brasil tivemos A Revolução Praieira, 1848, Pernambuco, que chegou a lançar um Manifesto ao Mundo, com conteúdo socialista do modelo de Saint-Simon, utópico, portanto, e não passou de uma atitude regionalista contra o Reino de Portugal. Ainda tivemos A Guerra dos Farrapos, a Farroupilha, que até uma prova mais contundente teve um caráter regionalista-separatista. A Confederação do Equador, também em Pernambuco, não passou de outra atitude contra Portugal, e pela qual perdemos a figura extraordinária de Frei Caneca, fuzilado a 12 de janeiro de 1824. A Inconfidência Mineira, está provado, teve influência da Revolução Francesa de 1789 e da Guerra de Independência Americana. Seus personagens liam "O Contrato Social", de Jean-Jacques Rosseau, que influenciou a Revolução Francesa, e todos os documentos políticos da Guerra de Independência Americana e do novo Estado americano, havendo sido, portanto, uma cópia inspirada na grande revolução francesa.


5 - A Revolução Mexicana teve como grande conteúdo o sentimento de posse da terra, por parte dos camponeses. Emiliano Zapata é um fantasma que apenas corre pelas terras mexicanas...


Poderíamos nos deter em examinar outras tantos movimentos políticos mundiais. Sempre verificaríamos que a vocação universal da Revolução Francesa de 1789 foi a única que derrubou a monarquia no seu próprio território de origem e criou a possibilidade de exportação da burguesia como doutrina política com fins ao poder universal. Outrossim, apagou todos os vestígios da Idade Média: tanto o fideismo ( tudo conhecimento passando pela fé), quanto o teocentrismo ( tudo como vontade de Deus), colocando em seus lugares a razão como administradora dos negócios e interesses do Estado, como entidade política.


O Absolutismo:


Na França monárquica a Assembléia que representava a Nação, os Estados Gerais, era composta da nobreza, do clero e do chamado Terceito Estado, o povo. Desde 1614 a Assembléia não era convocada. As liberdades de imprensa e religiosa estavam suspensas.


Com uma simples ordem : " lettre de cachet " o rei poderia mandar efetuar prisões discricionariamente. A justiça ainda adotava a tortura. O poder real apoiava-se no clero e na nobreza. O Parlamento, principal corte de justiça, apoiado pelo povo podia criticar os "editos reais", podendo recusá-los.


 


Luis XVI e Maria Antonieta


A Corte contribuiu para a queda do regime. Seus numerosos componentes, 16.OOO, estavam a serviço do rei, e os demais eram cortesãos sem função definida.


Também era grave a falta de unidade administrativa. Os impostos variavam de província para província, cada uma com suas leis e instituições próprias.


Além dos tribunais reais, funcionavam varias organizações judiciais pertencentes aos senhores de terra, sem contar as da municipalidade e as da Igreja.


A desorganização fiscal e os gastos supérfluos se refletiram nas finanças do reinado. Os orçamentos eram deficitários e os impostos cobrados arbitrariamente.


O princípio da desilgualdade imperava: o alto clero, constituído exclusivamente de nobres , possuia cerca de 6% das terras e reservava para si a maior parte da receita da Igreja.


Apenas a nobreza tinha direito aos cargos da Corte, aos comandos militares e às dignidades eclesiásticas. Em suas propriedades conservavam os direitos feudais :


- contribuição em gênero ou em trabalho


- pagamento pelo uso dos moinhos e fornos


Entre uma vida de dissipação e impedida de exercer atividades consideradas inferiores, essa nobreza começou a se sentir ameaçada pela burguesia. Assustada, aprovou, no Parlamento, a exclusão do alto clero do Parlamento e dos postos mais altos da carreira militar, aqueles cuja nobreza não fosse superior a quatro gerações.


Ascensão da Burguesia


O desenvolvimento do comércio, da indústria e das finanças fazia a burguesia prosperar. Os portos franceses apresentavam bons movimentos e pontos de riqueza : O comércio com as Antilhas e o tráfico de escravos avultavam; aumentavam as indústrias textil, metalúrgica e de mineração, embora o grosso da produção industrial fosse artesanal


A instalação das primeiras grandes fábricas capitalistas com modernas maquinarias fez com que a burguesia não se conformasse em ser relegada a situação secundária.


O campesinato representava nove décimos da população, e era arrendatária foreira, em sua maior parte. A produção agrícola não dava para alimentar a nação. Os pequenos proprietários viviam esmagados pelos impostos e mais das vezes eram obrigados à produção artesal de sobrevivência) O crescimento da classe operária e o progresso industrial despertaram as reinvidicações salariais, melhores condições de trabalho e de leis trabalhistas.


FERMENTAÇÃO REVOLUCIONÁRIA


Fatores:


- estrutura agrária obsoleta; explosão demográfica; progresso industrial e mercantil; exigência do aumento da produção de alimentos; a imensa influência de Voltaire e Rosseau sobre o pensamento francês; o livro " Do Contrato Social", de Rosseau, era lido e aplaudido em praça pública, permitindo a defesa do princípio político da soberania popular e da igualdade dos direitos; o exemplo da Revolução Americana (1776) também contribuiu; entre os intelectuias progressistas da época, além de D'Alambert, Turgot e Diderot, sobressaiu-se o Abade Mably, considerado o "profeta e conselheiro da Revolução". Ele chegou a preconizar a propriedade coletiva da terra; CONDORCET, entretanto, foi quem conseguiu exprimir as aspirações revolucionárias, ao elaborar os princípios dos direitos do homem.


Jean-Jacques Rosseau


Mas a elite intelectual não desejava aplicar o princípio da igualdade e fraternidade até as suas últimas consequências. Os mais radicais defendiam a "monarquia republicana". Eles achavam que as massas, ignorantes, não estavam preparadas para a participação no poder. Não obstante, o povo continuava sendo atraído para a causa revolucinária...


Às vésperas da Revolução, agravava-se a crise econômica : a única saída para estabelecer o equilíbrio era suprimir os privilégios e decretar igualdade de todos perante o fisco. Mas para isso era preciso enfrentar a oposição dos nobres, e o governo monárquico não tinha força para isso...


 


Voltaire


A CRISE ECONÔMICA


 


1 - Calonne é nomeado ministro das Finanças, em 1783. Tenta sucessívos novos empréstimos pensando realizar reformas, a fim de obrigar os privilegiados a pagarem impostos. Sabendo que seus projetos seriam bloqueados no Parlamento apelou para a convocação de uma "Assemblée des Notables", composta de grandes senhores, príncipes, magistrados e conselheiros de Estado.


2 - A "Assemblée des Notables" reune-se quatro anos depois, em 1787, e rejeita as idéias de Calonne, que logo é destituído.


3 - O novo ministro das Finanças, Lomenie de Brienne, sugeriu aos notáveis as mesmas medidas de Calonne. Derrotado, Brienne submeteu suas idéais ao Parlamento de Paris, que aprovou algumas reformas, mas derrubou a mais importante: a que instituia o imposto territorial.


4 - Luís XVI entrou em choque com o Parlamento e este fez publicar, em maio de 1788, uma decisão que valeu como uma verdadeira declaração de direitos da nação.


5 - A publicação de maio de 1788, pelo Parlamento, fez com que o povo se manifestasse favorável a tal publicação.


6 - Luís XVI decretou o recesso compulsório do Parlamento.


7 - O agravamento da crise fez com que Luís XVI substituisse Lomenie de Brienne por Necker, homem popular, e convocou os Estados Gerais.


8 - Os debates centraram-se nas proporções dos representantes das três classes nos Estados Gerais. Luís XVI atendeu ao clamor público e concedeu que o Terceiro Estado contasse com tantos representantes quanto as outras duas classes reunidas e que fossem periodicamente convocados para deliberar sobre impostos e despesas.


9 - Agravamento da crise


a - a concorrência inglesa afetava a indústria textil, aumentando número de desempregados que se elevava para 2OO.OOO.


b - camponeses, famintos, assaltavam os celeiros e se recusavam a pagar os direitos feudais.


c - em Paris, com uma população de 65O.OOO habitantes, mais de 12O.OO perambulavam pelas ruas, como indigentes.


A QUEDA DA BASTILHA


Nas eleições para os Estados Gerais os patriotas obtiveram maioria. Na primeira sessão os representantes do Terceiro Estado desentenderam-se com os aristocratas. As negociações não progrediram e eles resolveram deliberar sozinhos, na qualidade de 96% da nação: declaram-se em Assembléia Nacional, soberana, em matéria de impostos. Tal atitude retirava do rei o poder sobre as finanças e se constituiu no primeiro ato da Revolução.


Luís XVI passou a hostilizar o Terceiro Estado, tentando anular suas decisões.


A partir de então a Assembléia Nacional se transforma em Assembléia Constituinte, acabando o poder monarca absoluto.


Instigado pela rainha e pelos os que o cercavam, o soberano preparou-se para reagir e reunindo tropas em Paris e Versalhes, gerando boatos sobre a dissolução da Assembléia, reforçados pela não dispersão das tropas, que Luís XVI recusou-se a ordenar., favorecendo o levante de Paris em defesa da Constituinte.


Camille Desmoulins incitou o povo a reagir e encabeçou uma passeata de protesto.


A 13 de julho organizou-se um "comitê permanente" que reuniu 12 mil homens, formando uma milícia para a defesa de Paris, origem da da Guarda Nacional.


A 14 de julho a agitação cresceu. O povo, sublevado, saqueou os Inválidos, onde recolheu canhões e milhares de fuzis. Em seguida se dirigiu à Bastilha, à procura de mais armas. Depois de algumas horas de luta tomou a fortaleza, massacrando os seus defensores. A queda da Bastilha é o maior símbolo da Revolução Francesa.


A Bastilha era um símbolo das injustiças cometidas contra o povo. Luís XVI capitulou


A 15 de julho de 1789 o soberano anunciou aos deputados a dispersão das tropas e a readmissão de Necker como ministro das Finanças.


Os familiares do rei emigraram. Ele e Maria Antonieta dirigiram-se a Paris, numa tentativa de pacificação da cidade.


Luís XVI sancionou todas as medidas tomadas pelos revolucionários. Isso repercutiu em toda a França. Nos Departamentos, constituiram-se novas municipalidades e organizaram-se novas milícias.


MARCHA SOBRE VERSALHES


 


 


A queda da Bastilha produziu boatos alarmantes. Falava-se numa conspiração dos aristocratas para retornarem ao poder. Os camponeses passaram a atacar os castelos, e rcusaram-se a pagar impostos. A revolta no campo chamou a atenção da Assembléia Constituinte que, reunida a 4 de agosto até alta madrugada, decidiu, finalmente, suprimir os direitos feudais, os privilégios fiscais e a venalidade dos cargos. A 26 de agosto a assembléia aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Homem e começou a discutir a Constituição. Luís XVI recusou-se a sancionar o decreto de 4 de agosto, e chamou as tropas de volta a Versalhes.


A fome contribuia para aumentar o desespero das massas. A 5 de outubro uma multidão dirigiu-se a Versalhes, clamando por pão e exigindo do rei a aprovação do decreto de 4 de agosto. O rei prometeu providenciar alimentos e sancionar o decreto. No dia seguinte as massas invadiram o castelo e pressionaram diretamente o monarca, que prometeu, para acalmá-la, instalar-se em Paris.


 


Marat


CONSTITUIÇÃO


 


O início da Assembléia mostrou o seguinte quadro: os aristocratas e os patriotas. O desenrolar dos acontecimentos cindiu os dois grupos.


Os patriotas dividiram-se em : monarquistas e constitucionais. Os primeiros, (monarquistas), temendo a ascensão do movimento popular ,desejavam fortalecer o poder real.Os segundos(constitucionais) pretendiam diminuir o poder do rei,mas sem abolí-lo.Entre eles ainda se formou um pequeno grupo de extremados que desejavam restringir ao máximo o poder real. A luta política não se travava apenas na Assembléia. Havia também os clubes nos quais se reuniam os diversos grupos.


O principal clube, Clube dos Jacobinos, onde se encontravam deputados patriotas e a elite da burguesia revolucionária, era o mais exaltado.


Também se faziam debates através dos jornais.A aristocracia se manifestava através do Petit Gauthier. Na extrema esquerda, Marat radicalizava através do L'Ami du Peuple.


Passados os momentos de maior agitação restava à Assembléia tomar medidas para reorganizar e remediar a vida constitucional do país.


As medidas tomadas:


lançou mão dos bens do clero.Emitiu 4OO.OOO.00 em apólices reembolsáveis em bens eclesiásticos,e determinou que elas circulassem como moeda sonante.A emissão das apólices fez subir o custo de vida. Além do mais o Estado foi forçado a emitir mais e mais. Em 1791 já havia um bilhão e 8OO milhões de apólices em circulação.


A Constituição foi concluída em 1791, e, seguindo exemplo dos americanos, os constituintes emcabeçaram-na com uma declaração dos direitos do homem, que valia como uma exposição dos princípios filosóficos da Revolução.


Os mais importantes princípios:


- da soberania do povo


- da separação dos poderes


Maioria, a burguesia norteou a Constituição de acordo com os seus interesses, preocupanda a um tempo em restringir o poder real,e a outro emconter as reinvidicações das massas populares.


O regime escolhido foi o representativo: o povo não podia influir diretamente no governo.Nem todos podiam votar.Os cidadãos foram divididos em dois grupos:os ativos e os passivos.Somente os primeiros tinham direito ao voto.O critério usado para a divisão dos cidadãos foi a fortuna.


Os deputados deveriam ser escolhidos entre os proprietários que pagassem contribuição equivalente a 5O dias de salário. Assim, os direitos políticos ficaram reservados aos ricos.


O Poder Judiciário era confiado a juízes eleitos.


O Poder Executivo a um monarca hereditário.


A Assembléia Legislativa, eleita por dois anos, era indissolúvel, sendo o poder preponderante do novo regime.


Ao soberano cabia sancionar as leis, dirigir a política externa e usar o "voto suspensivo",pelo qual podia recusar-se a sancionar uma lei durante duas legislaturas sucessivas.


A igualdade dos impostos foi estabelecida.


O matrimônio foi secularizado.


A instrução pública e o registro civil foram adotados.


Uma lei proibiu a formação de associações profissionais.


O novo regime beneficiou muito mal os camponeses e operários.


A CONTRA-REVOLUÇÃO


O novo Parlamento ( Assembléia )passou, por conta da Constituição de 1791, a enfrentar as seguintes dificuldades:


 


Greves operárias acompanhadas de descontentamento entre os camponeses.


Desentendimento entre oficiais da nobreza e soldados patriotas.


Os políticos moderados passaram-se para o lado da aristocracia,enfrentando os que desejavam medidas democráticas.


Surgimento de sociedades que defendiam idéias mais avançadas que as dos Jacobinos:


Críticas do Clube dos Cordeliers : com nomes como Danton, Santerre,Marat, Desmoulins e Hébert.


Todas as sociedades populares de Paris agruparam-se,em 1791,numa federação e apresentaram à Assembléia a reinvidicação do "sufrágio universal". Nelas se pregavam as idéias republicanas e discutia-se a questão agrária.


A radicalização das massas assustou a grande burguesia, que terminou por se agrupar num "partido de conservação social".


O novo governo também houve que enfrentar a animosidade dos demais soberanos da Europa. No início eles haviam se mantido neutros, por desejarem o enfraquecimento da França, com a revolução. Mas a propagação das idéias revolucionárias mudou as suas atitudes, fazendo com que apoiassem tentativas de contra-revolução.


Os exilados passaram a preparar a guerra contra-revolucionária enquanto Luís XVI e Maria Antonieta tentavam obter auxílio em outras Cortes da Europa. Entraram em contacto com o Marquês de Boillé, que concentrava tropas em torno de Metz. Na noite de 2O de junho(1791) a família real saiu das Tulherias ,mas, durante a viagem, foi descoberta e presa em VARRENES.


Por conta da prisão em VARRENES a Asssembléia suspendeu, provisoriamente, os poderes de Luís XVI.


O incidente de VARRENES acendeu a pregação republicana.


O Clube dos Cordeliers solicitou que a Assembléia proclamasse a República. A Assembléia não atendeu ao pedido, alémde não levar o rei a julgamento, tentando mesmo inocentá-lo.


Divergências entre a França e Treves ameaçaram degenerar numa guerra contra a Austria, evitada pelo então Imperador Leopoldo. Com a sua morte e a ascensão de Francisco II, militarista e absolutista, o choque armado tornou-se inevitável. A 2O de abril de 1792 declarou-se guerra contra a Austria.


A guerra contra a Austria, trazendo os primeiros insucessos, excitou o ânimo dos patriotas, aumentado a desconfiança sobre a Corte e os generais, como cúmplices dos inimigos. Provar que a França não estava preparada para o conflito não era coisa para aquele momento.


Na verdade Maria Antonieta revelava aos austríacos os planos do Estado Maior francês. Luís XVI compunha sua guarda de contra-revolucionários, enquanto o Marquês deLafayete desejava uma trégua com a Austria,a fim de marchar sobre Paris e submeter os Jacobinos.


Descobrindo a trama os Jacobinos exigiram a denúncia do rei como traidor. Temendo a invasão prussiana a Assembléia declarou a "pátria em perigo", determinando prontidão geral em todo o país.


 


Diante da agitação os moderados recuaram, e os Jacobinos e Cordeliers preparam a insurreição para derrubar a monarquia. Eles contavam com quase toda a população de Paris, e ainda mandaram buscar os federados em todas províncias. Entre eles vieram 5OO marselheses, que entoavam um hino guerreiro composto por Rouget de Lisle, de nome A Marselhesa.


 


Marquês de Lafayete


A CONVENÇÃO


A exaltação cresceu com a divulgação do "Manifesto de Brunswick", chefe dos exércitos austro-prussianos, que exigia respeito a Luís XVI a um tempo, e a outro ameaçava o povo francês.


Robespierre instigou o povo a exigir da Assembléia a deposição do rei.


A Assembléia não atendeu ao pedido de Robespierre, nem do povo. A 9 de agosto (1792) os insurretos declararam dissolvida a Comuna Legal.


Mandat, chefe da Guarda Nacional, preparou a defesa das Tulherias, mas, convocado ao Hôtel de Ville, pela Comuna Insurrecional, foi preso e linchado. Santerre o substituiu.


A 1O de agosto o povo marchou sobre as Tulherias e Luís XVI e sua família pediram proteção à Assembléia.


A luta nas Tulherias durou mais de duas horas e terminou com a vitória dos insurretos.


A Assembléia se declarou dissolvida e delegou ao povo, sem distinção, o direito de eleger uma "convenção" e proclamou o impedimento do rei. O Poder Executivo passou a ser exercido por um "Conselho Provisório" do qual Danton era membro e o verdadeiro chefe.


Medidas do Conselho Provisório: 1O de agosto de 1792


Instituição do sufrágio universal; extinção efetiva dos direitos feudais; venda dos bens confiscados aos emigrados


A Comuna de Paris passou a dirigir os acontecimentos e impor sua vontade ao Legislativo que, por exigência dela, mandou aprisionar a família real na Torre do Templo.


O conflito entre a Comuna e o Legislativo se aprofundava. A comuna ouvia Robespierre e o Legislativo ouvia Brissot e os Girondinos. A notícia de que o inimigo invadira Lorena e tomara Longwy e Verdum sobressaltou Paris. O povo decidiu fazer justiça com as próprias mãos, invadindo prisões, e , depois de julgamentos sumários, executou os presos considerados traidores.


Enquanto isso travava-se a Batalha de Valmy, com a vitória dos franceses.


Na Convenção dois partidos se debatiam: Os Girondinos e os Montanheses.


- líderes da Gironda : Verginiaud, Brissot, Condorcet e Petion


- líderes da Montanha: Robespierre, Danton e Marat


Girondinos e Montanheses não tinham grandes diferenças. Apenas Robespierre e Saint-Just, considerados demagogos, defendiam os interesses dos considerados da classe pobre.


O TERROR


A descoberta de documentos que comprometiam o rei com a contra-revolução selou a sua morte. Julgado pela CONVENÇÃO, Luís XVI foi guilhotinado a 21 de janeiro de 1793. A sua morte provocou nova invasão da França pelas potências européias.


A convocação de voluntários para a defesa de Paris propiciou a sublevação de VENDÉIA. A fim enfrentar essa dificuldade a CONVENÇÃO tomou, a 9 de abril de 1793, medidas extraordinárias:


- enviou 82 deputados aos diversos Departamentos a fim de recrutarem 3OO.OOO homens de que necessitava para a guerra; efetuou prisões de suspeitos; apurou falhas nas administrações locais; criou um tribunal revolucionário; tornou mais rigorosas as penas contra os magistrados; estabeleceu impostos sobre os rendimentos; organizou em cada Comuna um Comitê de Salvação Pública encarregado de tomar medidas com vias à salvação da pátria; Danton foi o chefe desse Comitê de Salvação Pública. ( Essas medidas extraordinárias é que propiciaram esta fase da revolução ser conhecida como a fase do TERROR).


A luta entre Girondinos e Montanheses continuava acesa. Os Girondinos conseguiram a prisão de Marat, que foi absolvido pelo Tribunal Revolucionário


Na luta contra a Comuna de Paris os Girondinos preparam a própria perdição. O extremista Henriot, chefe da Guarda Nacional (parisiense), à frente de 2O.OOO homens, cercou as Tulherias, onde se encontrava reunida a CONVENÇÃO e exigiu a prisão dos membros da Gironda. Com a queda dos Girondinos os Montanheses assumiram o poder sob a liderança de Robespierre, numa hora crítica para a Revolução : O inimigo exteno avançava e as insurreições internas se sucediam


Marat foi assassinado por uma jovem realista, de nome Charlotte Corday


O Comitê de Salvação Pública foi revigorado, saindo Danton e entrando Robespierre. Seus membros decidiram que somente um governo forte poderia salvar a França


Pressionada pelas massas a CONVENÇÃO adotou medidas relativas ao abastecimento e à contra-revolução: em junho, elaborou a Constituição de 1793 (a segunda) e, em outubro, substituiu o governo provisório por um governo revolucionário "até que a paz fosse estabelecida"


Uma das primeiras vítimas do período foi Maria Antonieta, guilhotinada a 16 de outubro de 1793. oe ainda mais : 22 Girondinos; O Duque de Orleans; Madame Rolland; Bailly ( antes do final do ano quase todos os suspeitos haviam sido eliminados).


ROBESPIERRE ( Lei Prairial)


 


Robespierre ( Maximilien )


 


O custo de vida continuava alto, provocando descontentamentos; Robespierre continuava o verdadeiro chefe do governo; Tinha contra si duas correntes:


- os ultra-revolucionários (os hebertistas)


- os moderados (dantonistas)


Os ultra-revolucionários exigiam medidas cada vez mais radicais e até falavam em revolucionar toda a Europa, instituindo a "República Universal"


Os moderados, ao contrário, condenavam os excessos da fase de terror e desejavam o fim da ditadura revolucionária Robespierre decidiu-se por esmagar as duas correntes


Ao descobrir uma conspiração dos "hebertistas" mandou-os para a guilhotina, em março de 1794. Pouco depois os"dantonistas" foram acusados de conspiração. Danton e seus amigos foram presos e guilhotinados


Apoiado por Saint-Just, Robespierre colocou em prática medidas visando a dar sólidas bases democráticas à República: redistribuição parcial da propriedade; e leis de amparo social


Depois, temendo novas conspirações, fez aprovar a "Lei Prairial", que acelerou o processo de execução e deu ao período o nome de Grande Terror : Lavoisier e o poeta André Chenier foram executados nesta fase


A Armada Francesa obtinha vitória em Fleurus e afastava o perigo estrangeiro. Neste momento os inimigos de Robespierre aproveitaram para explorar a insatisfação do povo com a CONVENÇÃO, devido aos excessos de execuções.


Robespierre seguia, sem tomar consciência do risco que corria. A 27 de julho seus inimigos o acusaram, e ao mesmo tempo o impediram de falar. Ao fim de agitada reunião a CONVENÇÃO aprovou a sua prisão e dos seus amigos. A Comuna se rebelou, mas, grande parte da Guarda Nacional negou-lhe apoio. Desorientados, os os partidários da comuna se dispersaram e a CONVENÇÃO reuniu as tropas dos moderados. Não houve necessidade luta. Robespierre e seus colaboradores foram guilhotinados a 28 de julho.


REAÇÃO TERMIDORIANA


A Reação Termidoriana foi liderada pelos moderados. O Tribunal Revolucionário enviou para a guilhotina 16 carros repletos de terroristas. Os comitês de Salvação Pública foram dominados. A Lei Prairial foi revogada. O Clube dos Jacobinos foi fechado.Os Girondinos, proscritos da Assembléia, foram chamados a assumiram seus postos. Os emigrados voltaram em massa. Por três vezes as massas populares tentaram invadir a Assembléia mas foram rechaçadas pelas tropas fiéis ao governo. A repressão tornou-se violenta e os extremistas passaram a ser caçados em todas as partes do país. Instalava-se o Terror Branco. Os realistas ainda tentaram voltar ao poder, mas foram esmagados


O DIRETÓRIO


Não suportando mais a guerra a Europa reconheceu a República Francesa. A situação econômica da França continuava caótica.


A CONVENÇÃO , antes de desaparecer, definiu o novo regime. Tendo sido abolida a Constituição de 1793 (segunda), elaborou outra, reacinonária, e que revogava: o sufrágio universal; e redefinia os eleitores segundo o critério do pagamento de impostos; criou o DIRETÓRIO, poder executivo de "cinco membros", sendo um deles substituído anualmente.


Os realistas tentaram nova reação, mas foram reprimidos por Barras, uxiliado por Napoleão Bonaparte, jovem general-de-brigada. Como recompensa Barras foi nomeado "diretor: e Napoleão general-de-divisão e comandante do exército interno. A 26 de outubro de 1795 a CONVENÇÃO encerrou os seus trabalhos.


O DIRETÓRIO ainda durou quatro anos, no decorrer dos quais enfrentou ameaças dos Jacobinos, agrupados em torno de Babeuf, que sonhava um comunismo integral, e fundador da Sociedade dos Iguais, também dos Realistas, em menor grau.


A partir de então sucedem-se os golpes de Estado. O 18 de Frutidor (4 de setembro de 1797), dirigido por três membros do Diretório, auxiliados por Bonaparte, contra os Realistas. O de 22 Floreal (4 de maio de 1798) desferido contra os Jacobinos.


O Diretório se desgastava em lutas internas. Bonaparte se fortalecia em consequência dos êxitos das campanhas militares empreendidas no exterior, passando a ser considerado como o único homem capaz de restabelecer a ordem. O 18 Brumário, foi o golpe dado por Napoleão Bonaparte (9 de novembro de 1799), por meio do qual ele assumiu o poder e inaugurou uma nova era, consolidando, definitivamente, as conquistas da revolução.


 


 


Napoleão Bonaparte


Obs: o texto em questão tem apenas uma conotação cronológica dos acontecimentos, e teve como fonte a Enciclopédia Britânica. Quem desejar formulações de juízos críticos sobre o evento deverá ler obras mais profundas. exemplos: A Revolução Francesa, de Georges Lefebvre; Dicionário Crítico da Revolução Francesa, de Mona Ozouf e François Furet, etc...etc.